“Vivenciar o Projeto Europa”
Christian Tauch, da Conferência dos Reitores Alemães, explica porque o programa Erasmus é hoje mais importante que nunca.
Durante 35 anos, o programa de intercâmbio Erasmus possibilitou que os jovens estudassem no exterior. Christian Tauch, chefe da Divisão de Educação da Conferência de Reitores Alemães (HRK), explica como as universidades na Alemanha e Europa se beneficiam do programa e porque ele é tão importante no momento.
Sr. Tauch, o programa Erasmus celebra seu 35º aniversário este ano. Quanto o programa influenciou ou também mudou o cenário do ensino superior alemão e europeu?
A maioria das mudanças fundamentais na Alemanha e na Europa no campo do ensino superior foi iniciada ou pelo menos apoiada pelo Processo de Bolonha – desde a introdução da estrutura de estudos escalonados até os padrões europeus de garantia de qualidade e melhores procedimentos para o reconhecimento acadêmico. Tudo isso dificilmente teria sido possível sem o programa Erasmus. Embora tenha começado mais de uma década antes do Processo de Bolonha, ele formou a base e criou as condições para a reforma do ensino superior europeu. Foi o Erasmus que levou ao aumento da mobilidade de estudantes e professores a partir da qual pôde se desenvolver a ideia de um Espaço Europeu de Ensino Superior.
O programa Erasmus é considerado um exemplo das melhores práticas de compreensão na Europa. Que contribuição ele pode dar hoje à coesão europeia?
Logo após o início do programa Erasmus, a Cortina de Ferro caiu na Europa, criando assim as condições para o intercâmbio pacífico entre universidades, que se desenvolveu nos anos seguintes, de Tallinn a Lisboa e de Glasgow a Bucareste. A compreensão entre os povos da Europa foi bem recebida, mas foi considerada, ao mesmo tempo, como um resultado natural e irreversível dos desenvolvimentos históricos. Nos últimos anos, turvou-se este quadro otimista sob a pressão do Brexit, do surgimento de movimentos nacionalistas e o questionamento da liberdade acadêmica em alguns países europeus. E desde fevereiro de 2022, há novamente até mesmo guerra na Europa. Em vista destes acontecimentos, é mais importante do que nunca que jovens europeus tenham a oportunidade de vivenciar de maneira concreta o Projeto Europa, graças ao Erasmus.
Uma visão do futuro: Como deverá sero Erasmus no seu 50º aniversário?
Sob a impressão da mudança climática, discute-se há anos como manter a mobilidade e, ao mesmo tempo, reduzir a carga sobre o meio ambiente. A pandemia do coronavírus nos forçou a expandir massivamente as possibilidades de ensino e aprendizado digital num tempo muito curto, e agora seremos capazes de trazer esta experiência para o desenvolvimento do programa Erasmus. A preocupação do programa em apoiar o Projeto Europa será mais urgente do que nunca nos próximos anos, mas faremos um uso muito maior das formas virtuais e digitais de cooperação e mobilidade.
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