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Pensar em dois mundos

Profissões que também serão demandadas no futuro. A bioinformática une a biologia com a informática e impulsiona a pesquisa.

Gunda Achterhold, 19.07.2022
A competência em Bioinformática é demandada no mercado de trabalho
A competência em Bioinformática é demandada no mercado de trabalho © AdobeStock

O Prof. Dr. Andreas Hildebrandt é catedrático na Johannes Gutenberg-Universität de Mainz e professor de cerca de 4 500 estudantes de mais de 130 países. Ele relata aqui porque a Bioinformática é um estudo com futuro:

“Se a pandemia da Covid tivesse surgido alguns anos antes, teríamos nos confrontado com uma situação totalmente diferente. Os agentes patogênicos não teriam sido identificados rapidamente e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos teria demorado mais tempo. Devem-se os sucessos que temos em grande parte às experiências de peritos em Bioinformática, uma área de estudo muito nova. Ela tem por base o reconhecimento de que os biólogos e as biólogas, que sempre trabalham com dados específicos – seja para o estudo da genética de formigas, para o desenvolvimento de novos medicamentos ou produtos fitossanitários para a agricultura – fazem uso de métodos do processamento de informações para a avaliação dos resultados obtidos.

A Bioinformática une essas duas áreas de estudo. Ela é interessante para informáticos, para os quais a pura TI é abstrata demais, e para aqueles que apreciam benefícios reais. Mas é muito difícil para uma pessoa pensar em dados biológicos, se ela nunca esteve antes em um laboratório. Ao contrário, os biocientistas têm que compreender como os algoritmos funcionam, quando eles analisam e avaliam dados biológicos.

 

Nas universidades da Alemanha há duas variantes de cursos universitários: a abordagem metódica, que está mais próxima da matemática e da informática, e a abordagem prática, que acentua mais os componentes biológicos. Nosso curso de mestrado em Bioinformática Aplicada na Johannes Gutenberg-Universität de Mainz, por exemplo, é dirigido aos estudantes de bacharelado em Medicina ou Biologia, do ramo das biociências.

Atualmente há no mercado de trabalho muitos diplomados em Biologia, mas poucos em Bioinformática. Os estudantes não precisam saber programar. O importante é um forte interesse no raciocínio lógico e na matemática. É verdade que nos nossos laboratórios não se inventam métodos, mas os estudantes têm que compreender como eles funcionam, sendo que, para tanto, são necessários conhecimentos de matemática superior.

Para os estudantes das biociências e da TI a regra é: eles devem ser capazes de raciocinar de uma maneira totalmente diversa. É neste ponto que está o valor acrescentado: a bioinformática é uma ciência que está em constante evolução. O que é ensinado hoje já está ultrapassado amanhã. Quem desenvolver uma compreensão por ideias por trás  da metodologia, terá no futuro que estar sempre preparado para lidar com novas questões”.

Prof. Dr. Andreas Hildebrandt, Instituto de Informática da Johannes Gutenberg-Universität de Mainz e diretor do Gutenberg Lehrkolleg.

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