A renaturalização do Emscher
A renaturalização da paisagem fluvial do Emscher é um dos maiores projetos de infraestrutura da Europa.
Este é um projeto de gerações. Durante mais de cem anos, o rio Emscher servira de canal de água de resíduos da região do Ruhr. Por causa das minas e das consequentes depressões mineiras não tinha sido possível construir um sistema subterrâneo de águas de resíduo nessa região industrial. Enquanto o rio Ruhr abastecia a sua região com água fresca, como se fosse uma “artéria”, o pouco conhecido Emscher fazia o papel de uma “veia”. Foi apenas com o fim da extração de carvão que se começou a pensar em mudanças. No começo da década de 1990, a região tomou a decisão de construir um longo canal de águas residuais ao longo do Emscher, para renaturalizar esse rio. Esse projeto de 4,5 bilhões de euros deverá estar terminado em 2020.
Neste meio tempo já foram feitos grandes progressos. A construção de estações de tratamento foi terminada. A “veia” central, o canal coletor Emscher, está em construção. Sendo o mais moderno sistema de águas residuais do mundo, ele terá uma extensão de 73 quilômetros, de Dortmund até à foz do Emscher no Reno. Com os canais secundários, ele perfaz uma área de 430 quilômetros quadrados, com 1,8 milhão de pessoas.
O rio e suas regiões marginais também já se restabeleceram. Peixes já foram vistos e a natureza está recuperando seu terreno. A exposição “Internationale Bauausstellung Emscher Park“, de 1989 a 1999, deu importantes impulsos, contribuindo para uma nova compreensão dessa região. Essa exposição deu origem ao Parque Paisagístico Norte, em Duisburg, ao aproveitamento cultural do Gasômetro de Oberhausen, a uma série de eventos, como “Extraschicht”, “Ruhrtriennale” e o grande evento “Ruhr 2010 – Capital Cultural da Europa”. Esse sucesso se tornou evidente através da exposição de arte “Emscherkunst”, na qual terrenos baldios foram renaturalizados, antigos parques industriais e a terra de ninguém entre o Emscher e o Canal Reno-Herne se tornaram o palco de artistas internacionais, cujos objetos de arte ao longo do rio ainda são provas dessa transformação. Um exemplo é a ponte de pedestres “Slinky Springs to Fame”, de Tobias Rehberger, construída sobre o Canal Reno-Herne em Oberhausen.
P.S.: A melhor maneira de se conhecer essa região é de bicicleta pela Ciclovia Emscher Park, parte da rodovia “Route der Industriekultur”.
Dia Internacional da Terra, sob o tema “Rios, as veias da vida”, em 22 de abril de 2014