Pular para conteúdo principal

A atriz Hanna Schygulla rememora

Ela foi a musa de Fassbinder, trabalhou com os mais importantes cineastas da Europa: por ocasião do seu 70º aniversário, a atriz Hanna Schygulla faz uma retrospectiva.

06.01.2014
picture-alliance/dpa-Zentralbild - Hanna  Schygulla
picture-alliance/dpa-Zentralbild - Hanna Schygulla © picture-alliance/dpa-Zentralbild - Hanna Schygulla

Seus nomes estão estreitamente interligados: Hanna Schygulla e Rainer Werner Fassbinder. A atriz tornou-se a anti-estrela do bem-sucedido cineasta alemão na década de 1970 e início da década de 1980, a face do Novo Cinema Alemão. A representação ímpar de Schygulla, no papel de Maria Braun, trouxe-lhe fama mundial. Ela também representou os papéis de Effi Briest e de Lili Marleen. O escritor Georg Stefan Troller descreveu Hanna Schygulla certa vez como “por um lado fluentemente feminina, suave e, por outro lado, proeminente acima das coisas. Ela é uma narcisista sem vaidade”.

Após a morte precoce de Fassbinder, no ano de 1982, ela se tornou uma atriz especial do cinema europeu, através do seu trabalho de longos anos com cineastas como Jean-Luc Godard, Marco Ferreri, Ettore Scola, Andrzej Wajda, Alexander Sokurov e Fatih Akin. Pelo seu papel no filme “Storia di Piera”, de Marco Ferreri, Hanna Schygulla ganhou o grande “Prêmio de Melhor Atriz” do Festival de Cannes, já em 1983.

Na sua autobiografia intitulada “Acorde e sonhe”, que a atriz apresentou por ocasião do seu 70º aniversário no final de 2013, a parisiense por opção narra a sua época com Fassbinder e fala da sua vida em três pátrias: Polônia, Alemanha, França. Nascida na cidade silesiana de Kattowitz, ela fugiu com a sua mãe para Munique e cresceu como criança do “milagre econômico”. Com 20 anos de idade, ela conheceu Fassbinder: “Ele se tornou o mais importante no meu caminho como atriz”. Mas a proximidade criativa terminou, depois de quase 20 anos, em briga. Após o desentendimento com Fassbinder, Hanna Schygulla foi para Paris, onde, ainda jovem, já aprendera a língua francesa. Lá, ela viveu e trabalhou e, quando seus pais anciães necessitaram de repente de cuidados intensivos, decidiu deixar a carreira “de lado” durante alguns anos. Também disto fala a autobiografia de Hanna Schygulla: da pessoa humana por trás da atriz.

“Hanna Schygulla – Protocolos Oníricos” na Academia das Artes de Berlim, de 1º de fevereiro até 30 de março de 2014 

www.adk.de

© www.deutschland.de