Pequeno animal de grande importância
Porque o governo federal alemão faz grandes esforços para proteger as abelhas.
O mundo inteiro está preocupado com as abelhas. O Dia Mundial das Abelhas, em 20 de maio, volta as atenções para o importante inseto, cuja existência está ameaçada – também na Alemanha. As abelhas desempenharam um papel até mesmo no Acordo de Coalizão do governo federal alemão: “A proteção das abelhas é importante para nós”, consta no documento. O governo assumiu como tarefa a preservação da diversidade biológica e a implantação de uma agricultura ecológica. O “Programa de Ação para Proteção dos Insetos” deverá melhorar as condições de vida desses animais; entre outras coisas através de normas mais rigorosas para a utilização de pesticidas.
Por que os políticos na Alemanha se preocupam com as abelhas?
Isso tem as suas causas. As abelhas são tidas como o terceiro mais importante animal doméstico – depois dos bovinos e dos suínos. Também as abelhas dão uma contribuição indispensável para a alimentação das pessoas: elas polinizam uma grande parte de todas as frutas, legumes e plantas forrageiras e contribuem substancialmente para a biodiversidade. Na Alemanha, cerca de 80 % das plantas dependem da polinização através das abelhas. “As abelhas são relevantes para o sistema”, assim formulou a ministra federal da Agricultura, Julia Klöckner, no seu discurso frente ao Parlamento.
Se formos expressar em dinheiro o desempenho das abelhas, então seria um total de 153 bilhões de euros por ano. A soma foi calculada por cientistas da França e da Alemanha num estudo publicado em 2009 pela revista “Ecological Economics”.
Qual é a causa da mortandade das abelhas?
Os cientistas observam em todo o mundo um retrocesso alarmante da população de abelhas. Motivos para a mortandade das abelhas são, entre outros, as monoculturas e o emprego de pesticidas na agricultura convencional. Na Alemanha, a metade de cerca de 570 espécies de abelhas silvestres está ameaçada de extinção.
Por isso, a Alemanha apoiou, em abril de 2018, a resolução da União Europeia de proibir na lavoura a céu aberto o emprego de pesticidas do grupo dos neonicotinóides, nocivo às abelhas. Além disso, não é permitido utilizar na Alemanha as sementes de colza, milho e cereais, que tenham sido tratadas com tais pesticidas. Da mesma forma, o controverso pesticida glifosato deverá ser banido definitivamente das lavouras na Alemanha. Para isso, o governo elaborou, juntamente com os agricultores, uma estratégia conjunta.
O que a Alemanha faz ainda para a proteção das abelhas?
Em 2017, o Ministério Federal de Alimentação e Agricultura (BMEL) promoveu, em conjunto com a Federação Alemã de Apicultura, a primeira Conferência Internacional de Apicultura, na qual 500 representantes internacionais debateram sobre a proteção das abelhas.
Em todo o país, a iniciativa “A Alemanha zumbe!” empenha-se por mais abelhas nas cidades e regiões. A apicultura está ganhando cada vez mais adeptos em toda a Alemanha, há um crescimento explosivo da chamada “apicultura urbana”. Um número cada vez maior de jovens citadinos constrói ninhos de abelhas nas sacadas de seus apartamentos.
Uma proteção estatal especial é dada às chamadas “abelha do Parlamento Federal”: desde 2016, há um apiário no pátio interno do Parlamento Federal. Três colmeias produzem ali anualmente 80 até 100 quilos de mel, que é vendido sob o nome de “Bundestagsblüte”. Os lucros são revertidos para projetos de proteção das abelhas.
Que institutos na Alemanha fazem pesquisas das abelhas?
Entre outros, o Instituto de Pesquisa das Abelhas, que está vinculado à Universidade Goethe de Frankfurt, além de instituições de pesquisa dos Estados federados, como o Instituto Estadual de Pesquisa das Abelhas, pertencente conjuntamente a Berlim, Brandemburgo, Saxônia-Anhalt, Saxônia e Turíngia.