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Em defesa das florestas

A aridez e o besouro da casca estão danificando as florestas alemãs. As mais danificadas são as de abetos. O que se pode fazer contra isso?

Martin Orth, 10.04.2021
O nascer do Sol sobre a Floresta Negra
O nascer do Sol sobre a Floresta Negra © picture alliance

A Alemanha é um dos países mais ricos em florestas da Europa. Um terço da sua área – quase 11,4 milhões de hectares – está coberto por florestas, das quais 56 por cento são florestas coníferas e 46 por cento são caducifólias.

Como as florestas alemãs estão passando?

As florestas alemãs estão passando mal. Seu prejuízo não está sendo causado somente pelos poluentes atmosféricos, como foi o caso na década de 1980, mas principalmente pela aridez, pelos vendavais e pelos parasitas. Neste meio tempo já desapareceram mais de 300 mil hectares de florestas. Esta área tem que ser reflorestada. A que está sendo mais atingida é a floresta do Harz , no planalto central Mittelgebirge.

O que está prejudicando tanto as florestas?

Por causa do verão extremo e da escassez de chuvas dos últimos anos, muitas árvores enfraqueceram, sendo derrubadas por fortes vendavais, proporcionando assim as melhores condições para a proliferação do besouro da casca. A região do Harz foi fortemente atingida, dado que 80 por cento das suas árvores são abetos e alguns besouros da casca atacam exclusivamente os abetos.

O devastador besouro da casca destrói a madeira
O devastador besouro da casca destrói a madeira © Shutterstock

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Como isso foi possível?

O problema é, em parte, causado pelo ser humano. No Harz, por exemplo, a floresta primitiva, que era mista, foi desmatada, dando lugar, depois da II Guerra Mundial, aos abetos, que crescem rápido e são usados na economia da madeira. Normalmente, os abetos crescem em regiões acima de 700 metros. As regiões mais baixas são apropriadas sobretudo para as faias, mas mesmo estas estão sendo atacadas pelo besouro da casca.

Típico do Harz é o crescimento natural ao lado de árvores mortas
Típico do Harz é o crescimento natural ao lado de árvores mortas © Shutterstock

Existe uma saída?

Quanto ao Harz, o pessoal florestal deixa, em geral, a parte danificada da floresta ao seu próprio destino, esperando que os troncos mortos sirvam de fonte alimentícia para cogumelos ou insetos, que sejam aproveitados por pássaros, como o pica-pau, para fazer seus ninhos, que animais, como linces e gatos selvagens usem a ramificação no chão para esconder seus filhotes e, finalmente, que possa surgir novamente uma floresta mista. Mas isso precisa de muito tempo e as pessoas que visitam o parque nacional do Harz têm que se acostumar com esse panorama desordenado.

Qual seria a alternativa?

Uma alternativa seria desmatar os povoamentos florestais doentes e os reflorestar com espécies de árvores mais resistentes. O governo federal alemão e os Estados federados disponibilizaram 1,5 bilhão de euros para tanto. Esse dinheiro deverá ser empregado para o reflorestamento, para a adaptação da floresta à mudança do clima, sendo que uma parte dele também deverá ser para a pesquisa florestal. Todavia, os peritos ainda não chegaram a um acordo de como essa “reconstrução florestal” deverá acontecer, pois ela não será possível só com espécies nativas de árvores. E as discussões sobre a douglásia já começaram. Enquanto os proprietários de florestas apreciam essa conífera norte-americana, os protetores da natureza temem que ela possa ameaçar as árvores nativas. De qualquer maneira, a solução para uma floresta saudável não deverá ser a de uma floresta puramente conífera, mas a de uma floresta mista que deverá ser mais resistente à mudança do clima.

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