Garantir o fornecimento de água de forma sustentável

Steffi Lemke é a ministra federal do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear. Em uma entrevista, ela explica porque as cidades em particular têm problemas com o fornecimento de água e como pode ser o gerenciamento moderno da água da chuva em áreas densamente povoadas. 

Senhora ministra Lemke, por que as cidades têm problemas com o fornecimento de água?
Quanto maior a cidade, mais complexo é o fornecimento de água e, em muitos casos, maior é a dependência de um fornecimento da área ao redor. Se a demanda por água também aumenta na área ao redor, por exemplo, devido à agricultura causada pela seca, os conflitos por uso podem aumentar.  

Os problemas de fornecimento de água também surgem quando novas áreas residenciais e comerciais são implementadas sem considerar antecipadamente as necessidades de água resultantes e as opções para as satisfazer. Isso pode acontecer, por exemplo, se a infraestrutura de fornecimento não atender mais aos requisitos, por exemplo, se os tanques de armazenamento forem muito pequenos, ou se os pontos de tomada de água já não tiverem água suficiente disponível. 

Como pode ser melhorado o fornecimento de água nas cidades?
Acho que as chamadas cidades-esponja são uma excelente ideia. Elas se baseiam em uma estratégia de desenvolvimento urbano sensível à água e resistente ao clima. Manter a água nas cidades de forma orientada, utilizando vários instrumentos, tais como reservatórios de água ou áreas multifuncionais, faz sentido e se tornará cada vez mais importante no futuro, tendo em vista as consequências da crise climática. Por exemplo, trata-se da irrigação de espaços verdes. As cidades-esponja podem até mesmo fornecer reservas de água utilizáveis para períodos secos, e podem amortecer melhor eventos extremos, como chuvas fortes ou secas prolongadas. Elas também são boas para o clima urbano e para a preservação da biodiversidade.

Como você vê a implementação do conceito na prática e que desafios ainda precisam ser superados?
Na prática, infelizmente, ainda há déficits na implementação. O conceito de cidade-esponja geralmente requer uma maneira completamente diferente de pensar e um intercâmbio entre diferentes disciplinas, tais como construção de estradas, drenagem urbana, áreas verdes urbanas, engenharia civil e arquitetura. Não estávamos acostumados a isso antes. Um intercâmbio intensivo, especialmente com o planejamento urbano, é o pré-requisito para que possamos implementar bem esses novos conceitos para o benefício de todos. 

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