Em memória das vítimas do Holocausto
Muitos jovens prestam serviço voluntário em memória das vítimas do Holocausto. Luisa Lehnen trabalhou um ano em um museu perto de Auschwitz. Uma entrevista.
Um lugar especial para um serviço social voluntário. Luisa Lehnen, 21 anos de idade, viveu e trabalhou um ano no Centro Judeu perto de Auschwitz. Nesta entrevista, Lehnen, nascida em Mainz, conta qual foi seu interesse por esse lugar e quais encontros a impressionaram mais.
Senhora Lehnen, após terminar o ginásio em 2010, a senhora viveu e trabalhou um ano em Oświęcim, na Polônia, a dois quilômetros de distância de Auschwitz. Como a senhora reagiu quando ficou sabendo que a Ação Sinal de Penitência Serviço pela Paz (Aktion Sühnezeichen Friedensdienst), ASF, a levaria a um lugar, onde mais de um milhão de pessoas foram mortas em um campo de concentração alemão, entre 1942 e 1944?
Eu não conhecia Oświęcim. Primeiramente, tive que engolir seco quando descobri que Auschwitz ficava ao pé dessa cidade. Mas eu não deveria trabalhar diretamente no Museu de Auschwitz, o antigo campo de concentração, mas no Centro Judeu. Esse projeto me convenceu muito rapidamente. O Centro Judeu é um centro de formação que informa sobre as vítimas do Holocausto. Ele contém um pequeno museu e uma sinagoga.
Por que a senhora queria ajudar a ASF?
O perfil dessa iniciativa é muito bom, pois os projetos têm uma relação com a formação e também com a história. Assim pude me identificar com ela. Essa iniciativa assume responsabilidade, engajando-se, por exemplo, na luta contra o racismo ou a homofobia, sensibilizando de maneira moderna.
Como era seu dia a dia de trabalho no museu?
Eu acompanhava os jovens da Alemanha e de outros países pelo museu, mostrando-lhes que Auschwitz é mais do que um sinônimo de um antigo campo de concentração. Antes do começo da guerra, em 1939, a metade dos habitantes de Oświęcim era de judeus, cuja maioria vivia em paz junto com os cristãos.
Não é deprimente ter de se confrontar permanentemente com esse passado terrível?
No começo, eu já me perguntava como eu poderia viver e trabalhar durante um ano naquele lugar, onde tantas pessoas foram mortas de maneira tão cruel. Então notei que o horror de Auschwitz pertencia ao meu dia a dia, o que também é o caso dos habitantes de Oświęcim.
Do que a senhora gosta de se lembrar?
Da “Marcha dos Vivos”, um evento em Israel, em memória ao Dia do Holocausto. Em 2011, um grupo de jovens judeus da Alemanha esteve presente. Primeiramente, eles cantaram na pequena sinagoga do Centro Judeu e, depois, fomos à pé de Auschwitz, juntos com muitas outras pessoas, ao antigo campo de concentração de extermínio Birkenau. Este foi um momento todo especial, um momento de união.
O que os habitantes de Oświęcim pensam sobre seu trabalho?
Eles acham que é um sinal positivo que jovens da Alemanha se engajem durante um ano em Auschwitz e representem a Alemanha. Esta é minha impressão. Durante minha estadia em Oświęcim, fui embaixatriz em duas direções, aproximando da Polônia minha família e meus amigos e transmitindo aos poloneses uma imagem moderna da Alemanha.
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