Visão da Europa à distância
A Alemanha assume a presidência do Conselho da UE – uma ocasião para perguntar em todo o mundo, o que as pessoas pensam sobre a Europa.
![Europa vista do espaço sideral. Europa vista do espaço sideral.](/sites/default/files/styles/image_carousel_mobile/public/media/image/tdt_01072020_editionrat_stimmen_von_aussen_europa.jpg?itok=_Eyy0G6k)
Ding Chun
Diretor do Centro de Estudos Europeus na Universidade Fudan, Xangai
É verdade – há diferenças entre a China e a UE, no tocante a cultura, instituições, bem como estágio e modelo do desenvolvimento social. Mas a cooperação e o consenso prevalecem, em vez de concorrência e dissensão. Por isso, os dois lados devem fomentar o multilateralismo, uma economia mundial aberta e o livre comércio, a fim de compensar as consequências do unilateralismo e do protecionismo, praticados por alguns países desenvolvidos. A China continuará abrindo a sua economia e solucionando as suas diferenças com a UE – entre outras coisas, através do impulso às negociações sobre um acordo de investimentos. Através de uma configuração inteligente das suas relações comerciais e econômicas, a China e a UE podem continuar fortalecendo a sua cooperação win-win”.
Sergio Ramírez
Escritor e portador do Prêmio Cervantes, ex-vice presidente da Nicarágua
As relações da América Latina com a UE vão além do acordo de integração do mercado. A diversidade cultural dos países da América Latina, que integraram cedo a cultura europeia, é uma prova dessa proximidade. A maior vantagem que a América Latina tem provavelmente com relação à Europa, reside no fato de ser um espaço diversificado e multicultural, que não exige nenhuma aliança geopolítica e não tenta dividir o mundo em blocos. Ao mesmo tempo, a Europa nos serve como espelho, no qual podemos nos observar em face do ideal democrático, pois infelizmente, ainda continuamos carregando conosco a sobrecarga do autoritarismo. Por isso, a aspiração comum tem de ser a de construir uma relação duradoura e fértil, que se baseie em liberdade, humanismo e tolerância”.
Ellen Johnson Sirleaf
Ex-presidente da Libéria, portadora do Prêmio Nobel da Paz
A Europa e a África estão inseparavelmente ligadas pela história, geografia e relações econômicas. A garantia de um futuro pacífico e próspero nos dois continentes exige a sua cooperação – mas não com aquela relação de doador e pedinte, que determinou no passado a ‘cooperação’ das duas partes. Em vez disso, os chefes de Estado e de governo dos dois lados precisam construir uma relação estratégica com igualdade de direitos, que beneficie a Europa tanto quanto a África e a África tanto quanto a Europa. Eles têm agora que lançar a pedra fundamental para uma tal relação, chegando a um acordo sobre uma estratégia previdente, que cuide dos desequilíbrios estruturais, aproveite as vantagens da migração e que traga benefícios palpáveis aos seus cidadãos e cidadãs”.
Vivian Balakrishnan
Ministro do Exterior de Singapura, coordenador da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para as relações com a UE
Estamos em dois territórios geográficos praticamente incomparáveis. Nós nos organizamos de maneira inteiramente distinta, o que não surpreende em face das diferentes condições básicas nacionais. Mas temos valores comuns e temos princípios comuns de cooperação. De certa maneira, a União Europeia e a Associação de Nações do Sudeste Asiático são na verdade parceiros naturais. Em face da retórica antiglobalização dos últimos anos, é hoje, na minha opinião, tanto mais importante que a UE e
a ASEAN juntem-se numa plataforma comum de intercâmbio e que nós intensifiquemos ainda mais a nossa cooperação”