"A naturalização reflete a realidade da vida".
Pesquisas mostram que a naturalização promove a integração, diz o especialista em migração Niklas Harder.
Sr. Harder, em 2022 houve cerca de 168.500 naturalizações na Alemanha – 28% a mais do que no ano anterior. Por que razão?
Por um lado, isso ainda está relacionado ao Brexit - muitos britânicos que vivem na Alemanha queriam se naturalizar e o processamento dos pedidos demorou. Por outro lado, alguns sírios que vieram para a Alemanha em 2014 e 2015 já podem solicitar a naturalização. Em princípio, a situação política no país de origem é um fator importante na decisão de se naturalizar.
A naturalização promove a integração?
Sim, mesmo que a situação da pesquisa sobre isso não esteja clara. No entanto, estudos mostram que as mulheres beneficiam de uma naturalização mais rápida e, consequentemente, ganham rendas mais altas. Independentemente disso, é preciso enfatizar que a naturalização reflete a realidade da vida. Se os cidadãos assumem a responsabilidade por um Estado - e eles fazem isso, entre outras coisas, pagando impostos - o Estado deve, em algum momento, também assumir a responsabilidade por eles e oferecer-lhes um status legal seguro.
Agora há planos para uma reforma da lei de cidadania alemã. Como você os classifica?
De acordo com os planos, seria possível solicitar a cidadania após apenas cinco anos de residência, em vez de oito. Esse é um sinal importante. Além disso, a reforma acabaria com uma certa injustiça: Até o momento, a antiga nacionalidade deve ser renunciada com a naturalização. Na realidade, porém, havia muitas exceções, entre outras coisas, porque alguns estados autoritários, por exemplo, não permitem que a cidadania seja renunciada. Em princípio, a reforma agora prevê que a dupla cidadania seja aceita - em termos de igualdade de tratamento, isso seria bem-vindo.
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O Dr. Niklar Harder codiretor do Departamento de Integração do Centro Alemão de Pesquisa sobre Integração e Migração (DeZIM).