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70 anos da Ponte Aérea de Berlim

Como os “Rosinenbomber” (bombardeiros de uva-passas) defenderam a liberdade de Berlim Ocidental, dando início à amizade transatlântica. 

21.06.2018
70 anos da Ponte Aérea de Berlim. Esperando ansiosamente os “Rosinenbomber” de 1948 sobre Berlim.
Esperando ansiosamente os “Rosinenbomber” de 1948 sobre Berlim. © dpa

O céu sobre Berlim estava cheio de aviões, mas desta vez, três anos depois do fim da II Guerra Mundial, o ronco dos seus motores não significavam desgraça, mas salvação. Os aviões norte-americanos e britânicos traziam meios alimentícios e carvão para a parte ocidental da cidade que tinha sido bloqueada.

O bloqueio de Berlim Ocidental

Depois do fim da guerra, os aliados – EUA, Grã-Bretanha, França e União Soviética – tinham repartido a Alemanha e Berlim em quatro zonas administrativas. Quando, em 1948, as potências ocidentais implementaram uma reforma monetária, introduzindo o marco alemão, contra a vontade da União Soviética, esta fez um bloqueio completo de Berlim Ocidental em 24 de junho de 1948. Foi o começo da Guerra Fria. 

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Ideia salvadora: uma Ponte Aérea

O abastecimento alimentício e energético, que já era insuficiente, estava prestes a colapsar. Os berlinenses iriam passar fome. Por isso, Lucius D. Clay, governador militar da zona americana, determinou dar início a uma Ponte Aérea, o “Berlin Airlift”. Em 26 de junho decolaram os primeiros aviões de abastecimento de Frankfurt do Meno e de Wiesbaden com destino a Berlim. 

Obra magistral de logística

Logo ficou claro que o maior número possível de aviões teriam de aterrissar em Berlim, para poder abastecer mais de dois milhões de habitantes. Os aliados esgotaram a capacidade dos seus três corredores aéreos. Os “Rosinenbomber” aterrissavam de minuto em minuto, sendo descarregados rapidamente, para retornar às suas bases. Assim, 5 000 toneladas de suprimentos foram levados diariamente para a parte bloqueada da cidade. 
 

70 anos da Ponte Aérea de Berlim. Pacotes CARE com suprimentos.
Pacotes CARE com suprimentos. © dpa

De onde vem o nome de “Rosinenbomber”?

O tenente norte-americano Gail Seymour Halvorsen jogou do avião pacotinhos com balas e chocolates, para dar um pouco de alegria às crianças da Berlim destruída. Outros pilotos imitaram esse gesto. Até o fim do bloqueio, devem ter chovido sobre Berlim cerca de 23 toneladas de doces. 
 

70 anos da Ponte Aérea de Berlim. Gail Halvorsen, tenente norte-americano, joga para as crianças balas e chocolates em pequenos paraquedas.
Gail Halvorsen, tenente norte-americano, joga para as crianças balas e chocolates em pequenos paraquedas. © dpa

A Ponte Aérea de Berlim demorou bastante

Os aliados ocidentais mantiveram a Ponte Aérea por mais de um ano. Ela é considerada uma das maiores operações humanitárias. Em 12 de maio de 1949, a União Soviética terminou o bloqueio, mas os americanos e os britânicos continuaram fazendo seus voos de suprimentos. 

Os inimigos se tornaram amigos

A Ponte Aérea de Berlim gerou uma estreita ligação entre a Alemanha e os EUA, a Grã-Bretanha e a França. Os inimigos de guerra se transformaram em salvadores, parceiros e amigos. Essa relação caracteriza até hoje a parceria transatlântica entre a Alemanha e os EUA. 

Como se festejará o aniversário da Ponte Aérea?

Em junho de 2019, a Ponte Aérea deverá ser novamente encenada, com pacotes CARE, com lançamentos de doces e com manobras aéreas acrobáticas. Estão sendo planejados cerca de  40 voos de “Rosinenbomber” sobre Berlim.

70 anos da Ponte Aérea de Berlim. Monumento em memória da Ponte Aérea, no aeroporto de Tempelhof. Dois equivalentes em Frankfurt e Celle.
Monumento em memória da Ponte Aérea, no aeroporto de Tempelhof. Dois equivalentes em Frankfurt e Celle. © dpa