Steffi Jones, sobre a Copa do Mundo de Futebol Feminino
Uma entrevista com Steffi Jones, ex-jogadora da seleção alemã de futebol e futura técnica da seleção feminina, sobre as chances do time alemão na Copa do Mundo de Futebol Feminino no Canadá.

Ela sabe do que se trata. Steffi Jones jogou 111 vezes pela seleção alemã, conseguindo os títulos de campeã europeia e campeã mundial. De 2008 a 2011, Jones foi diretora do Comitê Organizatório da Copa Mundial de Futebol Feminino na Alemanha. Na idade de 42 anos, ela é agora diretora do Departamento de Futebol Feminino para Mulheres, Crianças e Jovens da Confederação Alemã de Futebol (DFB) e assumirá, a partir de 2006, o posto de técnica da seleção alemã feminina, substituindo Silvia Neid.
Senhora Jones, como a senhora vê as chances da seleção alemã na Copa do Mundo de Futebol Feminino no Canadá?
Seria um grande êxito se conseguíssemos estar entre as quatro melhores seleções do mundo, o que nos qualificaria para os Jogos Olímpicos. Mas isto não é uma tarefa fácil, pois quase não existe mais uma diferença qualitativa entre as equipes internacionais no futebol feminino dos últimos anos. Além disso, é possível que haja uma verdadeira batalha nas quartas de final, se, por exemplo, nós nos defrontarmos com a seleção da França, uma das favoritas ao título.
Quais são os fortes do time alemão?
Em princípio, creio que nosso espírito de equipe, que já foi um fator decisivo na Copa de 2013, desempenhará um grande papel. Aliás, o espírito de união reinante no time foi sempre o que nos caracterizou.
Em sua opinião, quais são os melhores times?
Como a técnica da seleção Silvia Neid já disse, há oito times que têm a qualidade de se tornar campeão mundial de futebol. Eles são: a Noruega, a França, a Suécia, os EUA, o Canadá, o Japão, o Brasil e, com certeza, também a Alemanha. Há também os times que talvez representem um perigo para os favoritos: a Nigéria, a Austrália, a Espanha ou a Inglaterra.
O que a senhora espera do Mundial no Canadá, do ponto de vista esportivo?
Temos de aguardar. Até agora, todo torneio foi mais um impulso para o desenvolvimento do futebol feminino. Do mundial no Canadá também espero novas tendências.
E quanto à atmosfera?
Quando estive no Canadá, por ocasião da Copa do Mundo dos Sub-20, em 2014, já pude ter uma impressão do anseio emocionante pela Copa do Mundo de Futebol Feminino. A expectativa e o interesse dos canadenses são grandes e eles são ótimos anfitriões. Eles querem mostrar o que têm de melhor, inspirando-se também na nossa Copa do Mundo de 2011. Penso que será um torneio muitíssimo animado, com estádios repletos e uma atmosfera impressionante.
Os campos do Canadá são de gramado artificial. A senhora acha que isto venha influenciar os jogos?
Penso que os times, que são tecnicamente fortes, venham levar vantagem. Mas temos também de levar em conta que será um jogo diferente, sobretudo mais rápido e que temos primeiramente de nos acostumar com ele, o que, por outro lado, pode acontecer depressa.
Vinte e quatro seleções estarão disputando essa Copa, tantas como nunca até agora. A senhora teme que possa haver uma grande diferença de qualidade dos jogos?
Em princípio, concordo que a Copa tenha aumentado o número de times a 24. É bom para o desenvolvimento do nosso esporte e para os times que participarão pela primeira vez, mesmo que um ou outro resultado venha a ser um tanto fora do comum.
A senhora crê que esta Copa dará um novo impulso ao futebol feminino?
De qualquer maneira. Ela deixará seus traços, principalmente no Canadá. Vimos em 2011, no nosso próprio país, que o futebol feminino já se tornou bem popular. Hoje, nenhuma menina tem de se justificar quando quer jogar futebol. Muitas meninas gostam muito de praticar este esporte. Espero que isto também aconteça na América do Norte.
A senhora não tem vontade de calçar a chuteira de novo?
De vez em quando, eu ainda jogo um pouco no time de funcionários da DFB e, de resto, ainda pratico bastante esporte. E deve ser suficiente (e ri).
Thomas Kilchenstein (entrevista)
Copa do Mundo de futebol Feminino, de 6 de junho a 5 de julho de 2015 no Canadá
http://de.fifa.com/womensworldcup