Miniapartamento por 100 euros
Boa ideia da Alemanha. O arquiteto berlinense Van Bo Le-Mentzel desenvolveu um plano inovador para apartamentos baratos em grandes cidades.
Cama, mesa, poltrona, ducha, WC e copa-cozinha no canto: esta é uma quitinete, ou seja, um apartamento de um quarto em dois níveis, de 6,5 metros quadrados. O plano é funcional e inteligente. O bom é que o apartamento não deverá custar mais de 100 euros de aluguel por mês, inclusive calefação e acesso à internet. Isso nunca existira antes na Alemanha. Bem pelo contrário, os alugueis nas grandes cidades sempre foram caros e continuam subindo mais. O arquiteto berlinense Van Bo Le-Mentzel quer dar um exemplo com esse plano, mostrando que o aluguel de apartamentos em grandes cidades pode ser pagável. “Não nos falta espaço, mas imaginação”, diz ele. Essa ideia inovadora surgiu na Tiny-House-University de Berlim, fundada por Le-Mentzel em cooperação com o Bauhaus-Archiv (Arquivo Bauhaus) e o Museum für Gestaltung. Um dos objetivos deste projeto é a ökologisches Bauen (construção ecológica) e a vizinhança social.
Apartamento-modelo em Berlin-Kreuzberg
O modelo de um miniapartamento pode ser visto até 17 de março no bairro berlinense de Berlin-Kreuzberg, na rua Carl-Herz Ufer, Nº. 9. Mas ele não está vazio. O arquiteto convidou a desabrigada Amelie para morar lá, testando o apartamento. “Por que ficar vazio?”, perguntou Le-Mentzel. O pequeno apartamento-modelo está sobre rodas, parecendo um pouco com uma autocaravana. Se essa ideia for posta em prática, surgirá uma construção sólida com muitos apartamentos de vários tamanhos. O miniapartamento foi projetado como módulo, que pode ser ampliado – um sobre o outro ou ao lado do outro – em uma altura de até cinco andares. “Construímos ‘paredes Harry Potter’, que podem ser retiradas, ampliando-se, assim o apartamento”, diz o arquiteto. Mais área significa naturalmente mais aluguel, mas ainda muito em conta, comparando-se com outros apartamentos.
Qualidade em espaço mínimo
Muitos módulos formariam uma casa “Cobeing”, com áreas em comum, mas onde cada um teria seu próprio banheiro e sua própria cozinha. Por que ninguém teve a ideia de construir desta maneira? “Infringimos alguns padrões e diretivas, mas se quisermos realmente criar espaços habitacionais baratos, temos simplesmente que começar e não apenas observar as regras”, é a convicção do arquiteto. Por isso existe também, por exemplo, uma altura de teto de 3,60 metros, como nas badaladas construções antigas do estilo Gründerzeit em Berlim. Aqui, quebramos com a altura “padronizada”, pois esta é de 2,50 metros em construções novas. “Isto porque queremos bastante qualidade em pouco espaço”.
De projeto à realidade?
“Queremos, de fato, realizar essa ideia”, diz Le-Mentzel. E, talvez, esta planta venha a ter essa chance. Uma empresa habitacional religiosa já demonstrou interesse e estaria testando terrenos, diz o arquiteto. “Fizemos todos os cálculos e um investidor teria até 7% de rendimento”. Fazer castelos nas nuvens é o que Le-Mentzel não quer.
Van Bo Le-Mentzel, nascido em 1977, veio com seus pais, quando criança, do Laos para Berlim, onde cresceu e estudou. Ficou conhecido através de muito boas ideias de habitações em conta. Zum Beispiel mit Bauplänen für Möbel, die jeder ganz einfach und günstig nachbauen kann. (Por exemplo, com planos de construção de móveis, que toda pessoa pode imitar, construindo de forma simples e barata).