“Entdecke.DE”: Görlitz – por trás dos bastidores
Com a série “Entdecke.DE”, fazemos uma viagem através de toda a Alemanha: desta vez, vamos a Görlitz, cidade europeia e cenário de produções hollywoodianas.
Também uma cidadezinha pode ser uma excelente intérprete e, se houvesse um Oscar para metamorfose, Görlitz, às margens do rio Neisse, teria de começar logo a escrever seu discurso de agradecimento. Pois a cidade no extremo leste da Alemanha já foi dublê de Nova York, Berlim, Frankfurt, Paris e Heidelberg. Görlitz forneceu o cenário histórico, por exemplo, para “Bastardos Inglórios” de Quentin Tarantino, para “Goethe!” de Philipp Stölz e para “O Leitor”, com Kate Winslet no papel principal. É com seu centro histórico mundialmente ímpar, que Görlitz se qualifica para esses papeis centrais. Num pequeno espaço, juntam-se aqui mais de 4000 monumentos históricos, que representam 500 anos de história arquitetônica, do gótico ao renascimento, ao barroco, à art nouveau e à chamada Gründerzeit e que ficaram praticamente incólumes na Segunda Guerra Mundial.
O fato de que a cidade no extremo leste da Alemanha não mostre mais hoje as marcas de 40 anos de negligência por parte da extinta RDA, isto ela deve também a um entusiástico admirador. Desde 1995, um benfeitor anônimo faz todos os anos uma doação de meio milhão de euros, que tem de ser aplicada estritamente no saneamento do centro histórico da cidade. O resultado – ainda parcial – é surpreendente e, com sua atmosfera mediterrânea de grandes praças calçadas com paralelepípedos, cafés e restaurantes ao ar livre, ela pode medir-se com o esplendor das antigas cidades sul-europeias. Mas Görlitz demonstra um tratamento exemplar e sensível com o passado não apenas no que se refere ao saneamento das suas fachadas. Isto ocorre também no tratamento da sua história de fugas e banimentos, que pode ser visitada no “Schlesisches Museum” (Museu Silesiano).
Numa cidade, na qual o Sol sempre nasce um pouquinho mais cedo que em outras partes da Alemanha, o futuro também não está muito longe. Ele se chama “compreensão dos povos” e “Europa unificada”. E isto é praticado aqui de forma muito simples, com um pequeno passeio à margem do rio Neisse e através da ponte do centro histórico, a Altstadtbrücke, até a cidade polonesa Zgorzelec. Nesta simpática cidade, pode-se alcançar o “Reino do Céu” (“Himmelreich”) até mesmo em vida. Mas só no prato. Pois é assim que se chama uma especialidade silesiana, um assado de carne com frutas secas.