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Contra o esquecimento

Porque guerras e crises caem tão rapidamente em esquecimento – e o que as organizações de assistência podem fazer contra isso.

15.08.2017
Humanitäre Hilfe
© dpa

Ucrânia, Iêmen, Myanmar – muitas crises perdem às vezes a atenção da opinião pública, porém permanece a aflição das pessoas. Johann Sid Peruvemba, vice-secretário-geral da Malteser International e presidente da Federação de Política Desenvolvimentista e Ajuda Humanitária (VENRO), fala sobre crises esquecidas e ajuda humanitária para pessoas flageladas.

Johann Sid Peruvemba
Johann Sid Peruvemba

Sr. Peruvemba, quando nós falamos de “crises esquecidas” – quem as esquece? Apenas a opinião pública ou também aqueles, que poderiam ajudar?
Na verdade, pensa-se em primeira linha na opinião pública e, em parte, na política. Um outro grupo, com toda certeza, nunca esquece as crises – os próprios afetados. A boa notícia é que hoje existem muito menos crises esquecidas que antigamente. Dispomos entretanto de um amplo sistema humanitário com grande cobertura – pelo menos quanto à observação e análise. Isso não significa necessariamente que se possa ajudar suficientemente em toda parte. Frequentemente é difícil o apoio, porque falta um financiamento ou não existe praticamente acesso.

Também a guerra da Síria teria sido esquecida depois de algum tempo, se não houvesse os refugiados na Europa.
Johann Sid Peruvemba, Malteser International

Por que as crises são esquecidas?
Eu vejo três motivos típicos. O primeiro: um horror inicial passa. Sobretudo após catástrofes naturais, como terremotos, a opinião pública fica muito abalada e é enorme a disposição de fazer donativos. Mas faz parte da natureza humana, não perceber tais crises de maneira duradoura. Um segundo desenvolvimento típico: uma emergência aguda torna-se crônica. Então surge frequentemente uma atitude de resignação, seguindo o lema: “A gente não pode mesmo fazer mais nada”. Em terceiro lugar, as crises são esquecidas rapidamente, quando elas não têm ou têm apenas poucas consequências para nós próprios. Também a guerra na Síria teria sido esquecida depois de algum tempo, se não houvesse os refugiados na Europa.

Iniciativa #nichtvergesser

Onde há crises esquecidas?
Por exemplo, na Ucrânia – lá, a situação continua sendo dramática, mas a gente já se acostumou a ela, de alguma forma. Também o grupo muçulmano dos Rohingyas em Myanmar continua sofrendo forte repressão e perseguição, mas seu tormento parece estar muito longe. Ou podemos citar o Iêmen: lá, as próprias organizações de assistência têm dificuldades, pois faltam estruturas que funcionem.

O que fazem as organizações alemãs de assistência contra o esquecimento?
Juntamente com o Ministério das Relações Externas, lançamos a iniciativa #nichtvergesser e chamamos assim a atenção para as regiões atingidas. Além disso, solicitamos aos doadores que destinem um determinado percentual das suas verbas para as crises esquecidas. Isso é um incentivo para que os atores humanitários se engajem nesses países.

O que as pessoas podem fazer?
Quem deseja apoiar financeiramente as organizações de assistência, pode fazer a sua doação sem um fim específico – desta forma, ela também beneficia as pessoas em países que não estão momentaneamente no foco das atenções da opinião pública.

#nichtvergesser

Dia Mundial da Ajuda Humanitária em 19 de agosto de #NotATarget