Manter a saúde protegendo as espécies
A proteção ambiental e a prevenção de pandemias andam de mãos dadas. A virologista Sandra Junglen explica o porquê disso.
A proteção das espécies nos pode proteger contra epidemias? A virologista Sandra Junglen examina essa questão. Ela é diretora do grupo de trabalho “Ecologia de novos arbovírus”, do Instituto de Virologia do hospital Charité Universitätsmedizin de Berlim.
Senhora Junglen, o que a senhora pesquisa no seu projeto?
Nós pesquisamos como as novas doenças infecciosas se alastram, concentrando-nos nos vírus que são transmitidos pelos mosquitos. Queremos entender os primeiros processos de proliferação, ou seja, compreender exatamente como os novos vírus podem ser transmitidos às pessoas. Sabemos que cerca de 70 por cento das doenças infecciosas vêm do mundo animal. Mas o que fez com que os vírus e outros patógenos possam ser transmitidos às pessoas? Até agora, essa questão ainda é pouco conhecida.
Em quais situações acontece a transmissão aos seres humanos?
As contaminações acontecem sempre através de um contato que antes não existia, ou seja, quando, por exemplo, as pessoas avançam em sistemas ecológicos, nos quais elas antes não tinham o seu habitat, e entram lá em contato com animais selvagens.
Qual é o papel da proteção ambiental e das espécies na prevenção de epidemias?
Sistemas ecológicos intatos contêm uma grande quantidade de espécies animais e vegetais, as quais cumprem uma determinada tarefa, dando origem a um equilíbrio ecológico. Mas as diferentes espécies se adaptam de maneira diversa. Enquanto algumas se adaptam às mudanças ambientais, outras se extinguem.
Se o ser humano romper esse equilíbrio, poderá acontecer, por um lado, uma extinção de espécies e, por outro lado, uma sobrepopulação de espécies que então se adaptam. Todos os animais são portadores de agentes patogênicos e diferentes vírus. No caso de uma sobrepopulação, os vírus encontram mais hospedeiros para poder se alastrar. A densidade de infecção desses agentes aumenta, de maneira que eles podem ser mais facilmente transmitidos às pessoas.
O que a política pode fazer para evitar a proliferação de vírus perigosos?
Por um lado, temos de proteger melhor os nossos sistemas ecológicos para preservar a diversidade de espécies. Seria também importante restringir o comércio de animais selvagens, pois é através desse comércio que a pessoa entra em contato direto com possíveis agentes patogênicos, transmitindo e alastrando assim novas doenças infecciosas.
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