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Com segurança no mundo digital

 “Não queremos reprimir nada”. Um diálogo com Mandy Schiefner-Rohs sobre armadilhas na rede social e chances de aprendizagem digital. 

Sarah KanningEntrevista: Sarah Kanning , 30.01.2023
Mandy Schiefner-Rohs pesquisa sobre a escola e a digitalização.
Mandy Schiefner-Rohs pesquisa sobre a escola e a digitalização. © Lars Kilian

Sra. Profa. Schiefner-Rohs, a senhora pesquisa no ponto de interferência entre o desenvolvimento escolar e a digitalização. Que segurança existe na Alemanha para as crianças e seus professores e professoras que querem surfar na rede?
Schiefner-Rohs: O tema da segurança de dados e também o da competência de dados são muito sensíveis e passaram a ter muita importância nas escolas através do aprendizado online, devido à pandemia do coronavírus. Outros países, como a Holanda, a Austrália ou os EUA têm mais experiências nesse ponto. Na Austrália já se vem experimentando com o aprendizado à distância desde a década de 1960. É o que se nota nos diálogos públicos. Na Alemanha, ainda estamos começando a sensibilizar as pessoas para um trato responsável dos dados dos usuários e para criar uma consciência para formas críticas de como lidar com as informações da rede. Neste particular, os professores e as professoras assumem um importante papel de multiplicadores.  

Queremos criar uma consciência para formas críticas de como lidar com as informações da rede.
Profa. Dra. Mandy Schiefner-Rohs

De quais desafios se trata?
Todos nós sabemos que 123456 não é nenhuma senha segura. Mesmo assim, ela é a mais frequente em todo o mundo. Sabemos que não devemos alimentar as ferramentas de busca e que muitos cookies nos dão tanta dor de cabeça que quase não conseguimos nos manter atualizados. Mas a maioria dos serviços são realmente muito confortáveis. Quanto à competência de dados, trata-se em geral de duas áreas temáticas: por um lado, a competência estática de que os alunos e as alunas possam avaliar o que significam os dados e suas conexões ou os gráficos que lhes são apresentados e se isso tudo é confiável. Por outro lado, trata-se de uma competência crítica de informação e mídia ou de uma formação básica sobre a mídia, como foi apresentada em 2021 pela conferência dos ministros federais da Cultura na estratégia “A educação no mundo digital” e depois reelaborada. Trata-se de como as escolas podem acompanhar os alunos e alunas a travar contato com o mundo digital e o ficar conhecendo.  

É neste ponto que a senhora entra na jogada?
Sim. Trabalhamos com estudantes em estudos de casos concretos, como na questão de quais vantagens ou desvantagens poderão existir, se uma criança vier a aprende vocábulos através de um app, quais dados são então gerados, se eles são seguros e se podemos realmente ter certeza de que uma criança possa aprender, por exemplo, dez por cento dos vocábulos. Queremos que os professores e as professoras possam refletir sobre esses fatos, sendo que não queremos reprimir nada. O que queremos é abordar as chances – e as armadilhas – que existem nesse campo de tensão.  

Na sua opinião, por que esses temas têm que ser tratados nas escolas? 
Penso que a transmissão de competências de mídia e de dados é uma tarefa da escola, que deve ser realizada por professores qualificados e sensibilizados. Se isso ficar somente sob a responsabilidade das famílias, aumentaremos ainda mais as desigualdades, pois há pais que têm um conhecimento muito maior disso, ao passo que outros pais não têm possibilidades de adquirir esses conhecimentos, sendo que os seus filhos devem ter as mesmas chances. 

 


A Profa. Dra. Mandy Schiefner-Rohs ensina Pedagogia Geral, com enfoque na Pedagogia Escolar, na universidade RPTU de Kaiserslautern-Landau. Ela pesquisa no ponto de interferência entre a digitalização e as questões da pedagogia em escolas (e em universidades) e na mídia.  

© www.deutschland.de 

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