Contra rumores e notícias falsas
A desinformação é um problema enorme no mundo das notícias. Dois novos projetos visam desmascarar notícias falsas com a ajuda da IA.
O número de notícias falsas também aumentou muito devido à guerra da Ucrânia, à pandemia do coronavírus e à crise climática. No entanto, isso não significa informações falsas, pois elas inundam as plataformas de mídia social, como Facebook e Twitter, aos bilhões, mas sim a divulgação deliberada de notícias falsas. Em outras palavras, imagens, textos e vídeos que são divulgados por meio de bots ou contas falsas e que são difíceis de reconhecer como falsos. O objetivo consciente por trás disso: provocar medo e colocar em risco a coesão social.
Mas com a ajuda da inteligência artificial (IA), essa desinformação não é apenas divulgada, mas também pode ser detectada. Por exemplo, na Alemanha o Centro de Pesquisa de Tecnologia da Informação (FZI) criou o projeto DeFaktS com o apoio do Ministério Federal da Educação e Pesquisa (BMBF). DeFaktS significa “remediar campanhas de desinformação divulgando os fatores e dispositivos estilísticos”.
DeFaktS – A IA alerta contra a desinformação
Como parte do programa, a IA é treinada para reconhecer e alertar contra a desinformação em serviços de mídia social e grupos de mensagens suspeitos. Para isso, os pesquisadores criaram vários conjuntos de dados de comunicação do Twitter e do Telegram. Dessa forma, a inteligência artificial pode reconhecer os dispositivos estilísticos típicos das notícias falsas, como a polarização emocional.
Na etapa seguinte, a IA treinada é usada para a chamada XAI (Inteligência Artificial Explicável). De acordo com o FZI, essa inteligência artificial explicável não deve apenas indicar que pode haver conteúdo sensível. Ela também deve tornar compreensíveis os motivos que a levaram a emitir esse aviso. No entanto, os pesquisadores não estão interessados em filtrar ou censurar o conteúdo. Os próprios usuários devem questionar criticamente as informações. “Em termos de educação digital para a sociedade, esse aspecto foi muito importante para nós”, explica Jonas Fegert, perito do FZI.
noFake – Cooperação entre humanos e IA
O centro de pesquisa Correctiv também quer oferecer às pessoas uma ferramenta para as ajudar a reconhecer a desinformação. Ele está desenvolvendo o projeto “noFake” em conjunto com a Universidade de Bochum e a Universidade Técnica de Dortmund. A inteligência humana e a artificial devem trabalhar juntas para facilitar a distinção entre fatos e desinformação. Para isso, os cientistas estão criando sistemas de assistência com suporte de IA que não apenas detectam possíveis informações incorretas, mas também ajudam na análise de textos e imagens. As cidadãs e cidadãos engajados podem, então, verificar as informações por conta própria como “crowdworkers” por meio da plataforma “Correktiv.Faktenforum”. Eles são treinados previamente para isso. “Assim, estamos criando uma comunidade de verificação de fatos que combina engajamento com padrões profissionais”, explica David Schraven, editor do Correctiv.