A fotografia da natureza como uma ferramenta poderosa
Kilian Schönberger vem observando o impacto das mudanças climáticas na natureza desde a década de 1990. Com suas fotos, ele contribui para o esclarecimento.
Mesmo quando adolescente, Kilian Schönberger trabalhou em reservas naturais. Durante seus estudos de Geografia, ele desenvolveu sua paixão pela fotografia da natureza. Em suas imagens, ele captura a beleza da natureza e também documenta os efeitos negativos das mudanças climáticas.
Sr. Schönberger, como a fotografia pode aumentar a conscientização sobre a importância da natureza?
A fotografia, como meio visual, é uma ferramenta poderosa para despertar a sensibilidade das pessoas em relação ao seu ambiente. Porque é mais provável que você proteja as áreas que conhece. Para conscientizar as pessoas sobre um ecossistema ou paisagem que vale a pena proteger, a fotografia é uma ferramenta muito boa. Por meio de diferentes linguagens visuais, os fotógrafos têm a oportunidade de atingir diversos grupos-alvo.
Que papel a representação estética da natureza desempenha em sua proteção?
Há uma diferença entre a fotografia científica da natureza, que documenta habitats e espécies, e a fotografia estética da natureza. Em minhas fotos, não apenas mostro a natureza, mas também tento capturar seu estado de espírito. Por meio dessas fotografias atmosféricas, também alcanço um público que não é tocado por fotografias factuais da natureza.
Qual é o papel da mídia social em seu trabalho?
Há um consumo virtual de fast-food na mídia social. Uma imagem deve convencer positivamente o espectador em um instante. Mas, com a fotografia puramente estética, por exemplo, é um desafio retratar as consequências negativas da mudança climática. Entretanto, para não deixar de lado esse aspecto importante, preciso saber: Qual é meu grupo-alvo? A quais códigos visuais esse grupo-alvo está acostumado? E como posso conscientizar as pessoas sobre as mudanças no cenário para que elas queiram lidar com elas? Por exemplo, descobri como fotografar florestas com besouros de casca de árvore de forma tão estética que as imagens despertam interesse em meus espectadores.
Quais são essas mudanças no cenário?
Desde meados dos anos 90, tenho estudado intensamente diferentes habitats na Alemanha e os visito regularmente, por exemplo, a Floresta da Baviera. As mudanças climáticas são particularmente perceptíveis lá. Por um lado, há mudanças drásticas, como o problema do besouro da casca de árvore: florestas inteiras de abetos morrem e surgem novas florestas mistas. Mas também noto pequenos detalhes. Algumas espécies estão se retirando cada vez mais, por exemplo, a víbora ou certas espécies de borboletas. Seu habitat está ficando menor. Por outro lado, utras espécies que gostam de calor, como o louva-a-deus ou o lagarto verde, estão expandindo seus habitats.
Onde se pode ainda encontrar um número particularmente grande de espécies na Alemanha?
Onde o assentamento e o uso humano são baixos, há áreas intocadas e uma grande biodiversidade. Por outro lado, onde a paisagem é intensamente usada e onde vivem muitas pessoas, a biodiversidade é muito baixa. Os pontos críticos de biodiversidade na Alemanha são, por exemplo, parques nacionais e antigas áreas de treinamento militar que são evitadas pelas pessoas devido à contaminação por munições. A biodiversidade é muito elevada lá.
Como podemos promover a biodiversidade?
É importante conectar biótopos e áreas protegidas. Para isso, precisamos de corredores que permitam que as espécies migrem entre áreas de paisagens selvagens. Com o Cinturão Verde na Alemanha e na Europa, isso já foi parcialmente alcançado. Existem redes de biótopos para proporcionar à natureza espaços abertos, mesmo em um ambiente intensamente usado.