Alfred Grosser – uma vida pela reconciliação
Como nenhum outro intelectual, o cientista político e publicista Alfred Grosser representa a compreensão alemão-francesa.
Quem deveria discursar no Parlamento Federal alemão por ocasião dos 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial? Uma pessoa, cuja vida foi dedicada à reconciliação entre os antigos “inimigos figadais”. A escolha do presidente do Parlamento, Norbert Lammert (CDU), recaiu sobre o intelectual alemão-francês Alfred Grosser. O Conselho dos Decanos do Parlamento Federal alemão aceitou a sugestão do presidente, convidando Grosser como orador da solenidade rememorativa. “Vou falar não apenas de 1914, mas também sobre todo o desenvolvimento após 1914”, ressaltou numa entrevista o publicista de 89 anos de idade: “Foi um genocídio de todas as partes”.
Uma voz poderosa
Grosser nasceu em 1º de fevereiro de 1925 em Frankfurt do Meno. Seu pai Paul Grosser era diretor de uma clínica pediátrica de Frankfurt, socialdemocrata e de origem judaica. Em 1933, a família emigrou para a França, onde Grosser tornou-se cidadão francês e pôde assim escapar das forças alemãs de ocupação. Ele estudou Ciências Políticas e Germanística em Paris. Dois anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, o jovem Grosser viajou para a Alemanha destruída do pós-guerra e fez reportagens para jornais e revistas francesas sobre a situação do país vizinho. O cientista político ensinou em diversas universidades, publicou artigos em jornais franceses e escreveu mais de 30 livros. No pós-guerra, Grosser engajou-se pelas relações alemão-francesas, fez palestras nos dois países e participou de debates políticos. Pelo seu excelente desempenho em prol da reconciliação entre a Alemanha e a França, o convicto adepto da união da Europa recebeu numerosos prêmios, entre os quais o Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão em 1975.
Solenidade rememorativa do início da Primeira Guerra Mundial no Parlamento Federal alemão, em 3 de julho de 2014
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