O caminho da virada energética
Um abastecimento energético sustentável já vem sendo um objetivo da Alemanha desde a década de 1970.
1976
A energia eólica
Antes da crise de petróleo, a energia eólica já era uma possibilidade de diminuir a dependência das energias fósseis. Em 1976, deveria haver um avanço tecnológico. O Ministério da Pesquisa decide construir uma usina eólica (Growian) de 100 metros de altura e 340 toneladas, no Norte da Alemanha. A instalação fica pronta em 1983, mas redunda em fracasso e é demolída em 1988.
1984
O começo de Enercon
Em 1984, o inventor frísio Aloys Wobben constrói no seu barracão um motor eólico. Sua firma Enercon avança para uma empresa de médio porte, até que Wobben desenvolve, em 1992, uma máquina eólica sem motor, com a qual os novos cata-ventos são mais confiáveis e funcionam melhor. A firma é hoje uma das mais importantes empresas do mercado mundial.
1987
Primeiro parque eólico
No dia 24 de agosto de 1987, o primeiro parque eólico alemão entra em funcionamento no pôlder Kaiser Wilhelm, na costa oeste do Estado de
Schleswig-Holstein, onde 32 instalações começam a produzir entre 10 e 25 quilowatts, transformando o vento do Mar do Norte em eletricidade.
1990
Energia do telhado
É iniciado o chamado “Programa de 1000 telhados”. Em todo o território nacional são instalados 2550 telhados com células fotovoltaicas e uma potência total de 6 megawatts. Pura energia solar.
1991
Lei das renováveis
Em 1º de janeiro de 1991 passa a vigorar a Lei sobre o Aprovisionamento da Rede Pública de Eletricidade que, pela primeira vez, obriga as grandes empresas fornecedoras de eletricidade a aproveitarem a energia elétrica de processos regenerativos de transformação (a energia hídrica, a eólica e a solar, os gases de aterro, o gás de tratamento de águas residuais ou de biomassa), tendo que pagar determinadas tarifas. Isto facilita muito o aprovisionamento da “eletricidade verde”. Essa lei é a precursora da Lei das Energias Renováveis, que entra em vigor no ano 2000.
1992
Cúpula no Rio
A cúpula mundial de 1992 no Brasil faz da ameaça do clima um tema global. Até fins da década de 1990, o número dos cata-ventos se decuplica na Alemanha, surgindo ainda usinas solares e novos modelos de financiamento.
2000
EEG – a pedra básica
No âmbito do “consenso atômico”, o governo federal acerta com as quatro empresas operadoras de usinas nucleares, que os reatores alemães serão desligados após a produção de um determinado volume de eletricidade. Em 1º de abril de 2000 entra em vigor a Lei das Energias Renováveis (EEG). As taxas de remuneração que as operadoras receberam por 20 anos, a partir do início do funcionamento, foram muito diferenciadas pela EEG. As taxas de remuneração mais altas para a fotovoltaica e a inclusão de tecnologias, como a geotérmica, deveriam dar um impulso incentivador. A prioridade para a eletricidade de fontes renováveis na alimentação e ligação da rede é garantida pela lei. A EEG passa a funcionar como motor da ampliação das energias renováveis, pois oferece condições básicas estáveis. A lei se torna um bem-sucedido artigo de exportação: 65 países no mundo já adotaram sistemas de incentivo nos seus moldes. Desde o ano de 2000, a EEG sofreu três “grandes” emendas (EEG 2004, EEG 2009, EEG 2012).
2010
Previsão até 2050
Em setembro de 2010, o governo federal delibera um amplo programa energético, indica os mais importantes objetivos estratégicos e medidas da política de energia e clima, definindo, assim, o âmbito de uma reforma básica do abastecimento energético na Alemanha até 2050. Trata-se do seguinte: menos gás de efeito estufa, maior eficiência e as energias renováveis como fundamento.
Energia nuclear como ponte
Com a emenda da lei nuclear, é deliberado em 28 de outubro de 2010 um prolongamento das usinas nucleares alemãs, para poder usar a força nuclear como tecnologia ponte. As sete usinas nucleares, postas em funcionamento antes de 1980, podem continuar funcionando por oito anos, as demais por 14 anos mais.
Primeiro parque eólico no mar
Em 27 de abril de 2010, começa a funcionar o primeiro parque eólico alemão em alto mar, o alpha ventus. Essa instalação fica cerca de 45 quilômetros ao norte da ilha de Borkum, no Mar do Norte, fornecendo à rede de abastecimento elétrico cerca de 267 GWh por ano, o que corresponde ao consumo anual de aproximadamente 70 000 casas.
2011
Reação a Fukushima
Em março de 2011, logo após a catástrofe dos reatores em Fukushima, o governo federal alemão decide o abandono acelerado do uso da energia nuclear. Primeiramente, ele anuncia uma moratória de três meses para as sete usinas nucleares alemãs mais velhas e para a usina de Krümmel, sujeita a panes. Pouco depois, encarregou a Comissão de Segurança dos Reatores e a nova Comissão Ética para um Abastecimento Energético Seguro, de examinar seu plano de abandono da energia nuclear. Em 6 de junho de 2011, o Gabinete Federal aprova as bases da política energética, para abandonar passo a passo a energia nuclear até 2022 e assegurar, ao mesmo tempo, um abastecimento energético pagável, ecológico e confiável. Juntas com o conceito energético de setembro de 2010, essas decisões descrevem o caminho rumo à nova era da energia.
O maior parque solar
Entra em funcionamento o maior parque solar da Alemanha, situado no antigo terreno da mina de linhito Meuro, no sul de Brandemburgo, com uma capacidade de 70 MW. Ele ocupa uma área de 150 hectares, o que corresponde a cerca de 220 campos de futebol.
2012
A EEG no banco de prova
Atualmente, as energias renováveis estão produzindo cerca de 23,5 % de toda a eletricidade na Alemanha. No ano de 2000 eram apenas 6,2 %. Através da eletricidade renovável, promovida pela EEG, mais de 146 toneladas de gases de efeito estufa puderam ser economizadas. Mesmo tendo sido revisada em 2012, a EEG ainda continua sendo criticada. Um motivo principal é o dinamismo de custos da EEG, que leva a crescentes sobrecargas para a economia e os consumidores.
Greentech, motor de empregos
O setor do meio ambiente torna-se um dos mais fortes segmentos de crescimento na Alemanha. Aproximadamente 380 mil pessoas trabalham para o ramo da tecnologia ambiental. As empresas alemãs são líderes de tecnologia em muitos setores das energias renováveis, mas têm grande concorrência internacional, principalmente da China.
2013
Projeto central
No seu contrato de coalizão, os partidos governamentais CDU/CSU e SPD fixam que a “virada energética” é o projeto central da legislatura.
2014
EEG 2.0
No âmbito da reforma da EEG, os pontos centrais devem ser a eficiência de custos e a capacidade de planejamento. A cota da eletricidade ecológica deve aumentar para 40 % a 45 % até 2025.