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Esse assassinato abala a Alemanha

O político Walter Lübcke foi morto a tiros. Os investigadores supõem um motivo de extrema direita. Os fatos e as reações mais importantes.

25.06.2019
Serviço funerário para Walter Lübcke
Serviço funerário para Walter Lübcke © dpa

O que aconteceu?

Em 2 de junho, Walter Lübcke, político do partido da CDU, foi encontrado com ferimentos de tiros na cabeça, na varanda da sua casa, em uma cidade perto de Kassel (Estado de Hessen). Ele faleceu pouco depois de ter sido encontrado. Lübeck era presidente do Conselho Administrativo do Distrito de Kassel. Essa função designa, em alguns Estados federados, o diretor de um órgão estadual que funciona como ponto de intersecção coordenadora entre os ministérios e os distritos. 

O que indica que foi um assassinato político?

Primeiramente, a polícia partiu da suposição de que se tratava de uma pessoa do círculo de conhecidos. Mas então, surgiram motivos políticos. Sendo defensor da política alemã de requerentes de asilo e dos direitos de refugiados, ele se tornara inimigo dos extremistas de direita.   

O que se sabe sobre o suspeito?

Em 15 de junho foi ordenada a prisão preventiva do suspeito de extrema direita Stephan E., que já havia cometido delitos, tendo sido condenado várias vezes. A Procuradoria-Geral Federal classifica o assassinato como sendo um atentado político por motivo de extrema direita, o que é comprovado pela vida do suspeito e pelas suas manifestações públicas.  

Por que o procurador-geral federal assumiu o caso?

A justiça alemã leva esse caso muito a sério, tanto que a máxima autoridade judiciária de investigação assumiu as investigações. O procurador-geral federal combate os atos criminosos de associações terroristas. Ele poderá assumir as investigações de um indivíduo criminoso, se esse caso tiver uma “importância especial”.

Existe uma rede terrorista por trás do assassinato de Lübcke?

A Procuradoria-Geral Federal não tem, até agora, nenhum indício de que uma associação terrorista esteja por trás do assassinato. Segundo notícias da mídia, as autoridades de investigação estão apurando se existem indícios que levem a outros criminosos. Henriette Reker, prefeita de Colônia, o prefeito de Altena e outros políticos alemães também receberam ameaças de morte. No momento, não se pode dizer se há uma conexão com a morte de Lübcke.

Quais são as reações?

O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier disse: “Apenas a suspeita de que em um país como este, uma pessoa, que tenha trabalhado pela democracia, tenha sido executada por motivo político, cometido supostamente por um extremista de direita, e que algumas pessoas nas redes sociais ainda aplaudem esse ato criminoso, é uma coisa terrível e insuportável”.

A chanceler federal Angela Merkel anunciou uma luta “sem tabus” contra neonazistas violentos.

Horst Seehofer,  ministro federal do Interior, promete lutar mais veementemente contra o extremismo de direita, “dando ao Estado mais força de ação”. Além disso, ele intenciona averiguar se os inimigos da democracia podem ser privados dos direitos fundamentais.

O ministro federal das Relações Externas, Heiko Maas, falou de uma “tragédia para a nossa democracia” se a suspeita se concretizar de que existe um motivo de extrema direita. Maas convocou o povo a se manifestar. “Vamos mostrar que somos mais do que radicais de direita, do que antissemitas, do que destruidores”.

Três semanas depois do assassinato de Lübcke, cerca de 2 000 pessoas se manifestaram em Kassel contra o extremismo e a violência de direita. Houve também protestos em Berlim e em outras cidades. Em Wolfhagen, a cidade natal de Lübcke, centenas de pessoas se reuniram em vigília.

Manifesto contra a violência de direita em Kassel
Manifesto contra a violência de direita em Kassel © dpa

© www.deutschland.de, com material da dpa e da DW

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