Sentir o pulso do eleitor
Matthias Jung, pesquisador de opinião, esclarece como os prognósticos eleitorais são feitos e porque eles, às vezes, são errados.
Sondagens não são prognósticos eleitorais e extrapolações não são resultados de eleições. Matthias Jung, diretor do Grupo de Pesquisa de Eleições, explica como as pesquisas de opinião funcionam e o que ele e seu grupo têm de observar antes das eleições ao Parlamento Alemão.
“Como nos preparamos para as eleições parlamentares? Meticulosamente! Por isso, começamos a planejar com quase um ano de antecedência. Primeiramente, temos de elaborar o material estatístico de eleições passadas. Depois fazemos uma amostra de distritos eleitorais escolhidos ao acaso. Nestes, indagamos, no dia das eleições, os eleitores e as eleitoras que acabaram de votar. Este resultado é a base para o prognóstico das 18 horas. Este é somente um dos motivos, porque as eleições parlamentares são um desafio logístico, o que comprovam cerca de 900 entrevistadores que estão em ação nesse dia.
Para o Grupo de Pesquisa de Eleições, o dia 24 não é motivo para ficar nervoso. As pesquisas de opinião, os prognósticos e as análises eleitorais são o nosso pão de cada dia. Fazemos regularmente 1 250 chamadas telefônicas ao acaso – tanto durante os períodos legislativos como diretamente antes das eleições –, indagando os eleitores com as perguntas de um questionário minucioso, para registrar a atmosfera política na Alemanha. Esta é a base para a chamada “projeção”, na qual nós, por exemplo, incluímos e avaliamos a vinculação dos questionados a partidos e as suas reflexões táticas. Desta maneira, calculamos qual seria o resultado, se as eleições parlamentares acontecessem no próximo domingo.
Segundo a lei da probabilidade, os resultados conseguidos através da mostra aleatória e o número suficiente de questionados são considerados representativos. Usando a diligência e a experiência, tentamos evitar erros. Mas temos de contar com um grande número não conhecido de adeptos de partidos populistas e extremistas, pois esses adeptos nem sempre estão dispostos a admitir suas atitudes. Este fato é tomado em consideração na avaliação. Todavia, a interpretação dos dados deveria ser muito mais assumida pelos peritos, para que se possam evitar erros, como aconteceu na votação sobre o Brexit ou nas eleições à presidência nos EUA.
Importante é que a sondagem ante da eleição não seja um prognóstico. Ela mostra o clima político no momento em que foi feita, sendo que ninguém pode prever os próximos acontecimentos políticos. Só no dia da eleição podemos falar de prognóstico. Ao contrário da sondagem, o prognóstico baseia-se em votos dados e não em intenções. Quando as seções eleitorais fecham, nós nos aproximamos sucessivamente do resultado da eleição, através das projeções baseadas em cálculos oficiais. Então, é a hora das nossas análises eleitorais.
Protocolo: Christina Pfänder