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“O antissemitismo diz respeito a todos”

A linha vermelha e a coragem civil. Felix Klein explica porque a Alemanha do ano de 2018 precisa de um encarregado de combate ao antissemitismo.

05.11.2018
Ação contra o antissemitismo. Berlim usando a quipá.
Ação contra o antissemitismo. Berlim usando a quipá. © dpa

O jurista e diplomata Felix Klein é, desde maio de 2018, o encarregado do governo federal alemão para a vida judia na Alemanha e o combate ao antissemitismo.

Felix Klein, encarregado do combate ao antissemitismo
Felix Klein, encarregado do combate ao antissemitismo © dpa

Senhor Klein, como o senhor quer atuar na sua função de encarregado do combate ao antissemitismo?
Quero que a sociedade alemã compreenda que o antissemitismo é um mal terrível que não diz respeito somente aos judeus neste país, mas a todos. Quero encorajar as pessoas importantes, que já lutam contra o antissemitismo, a se interconectar e a levantar mais ainda a sua voz. E quero encorajar os judeus na Alemanha que se pronunciem publicamente quando forem agredidos.

O Holocausto teria de ser abordado mais intensamente nas escolas?
A transferência da história para o presente e o futuro tem de se tornar mais transparente. Temos de deixar claro o que significa hoje a existência da violência nas ruas. Atualmente, quase um quinto dos alunos descende de migrantes. Por isso, é importante que todos os alunos participem da abordagem do Holocausto e não somente os alemães. A mensagem é: aqui se trata dos valores comuns que são usados da forma mais abusiva que se pode imaginar.

 

Muitas vezes, o antissemitismo começa nas pequenas coisas. Mas essa fonte de germinação é muito perigosa.
Dr. Felix Klein, encarregado do combate ao antissemitismo

É verdade que os migrantes do Oriente Próximo trazem consigo uma nova manifestação de antissemitismo para a Alemanha?
Muitos migrantes foram socializados em países, nos quais se transmite uma imagem dos judeus que para nós é absolutamente inaceitável. Trabalhar nisso é uma tarefa de integração. Quem quer viver na Alemanha tem de aceitar alguns valores, entre os quais está o respeito pelos judeus e a forma de lidar com a história alemã.

A Alemanha precisa de uma sociedade civil mais ativa no combate ao extremismo?
A mídia social contribui para um desrespeito do nosso discurso político e social. Frases totalmente inaceitáveis permanecem na rede sem que sejam incontestadas. Temos de deslocar para trás as linhas vermelhas, onde elas devem estar. Muitas vezes, o antissemitismo começa nas pequenas coisas. Mas essa fonte de germinação é muito perigosa.

Entrevista: Tanja Zech

© www.deutschland.de

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