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Felicidade como disciplina escolar

Matemática, Alemão – e Felicidade. Esta disciplina escolar existe de fato. O que os alunos aprendem com ela para a vida.

17.01.2018
A disciplina escolar Felicidade torna as crianças fortes para a vida.
A disciplina escolar Felicidade torna as crianças fortes para a vida. © dpa

Alemanha. O ex-diretor escolar Ernst Fritz Schubert desenvolveu em 2007, na sua escola em Heidelberg, a disciplina curricular “Felicidade”. Hoje, ele transmite o conceito a outros professores no seu instituto pedagógico.

Dr. Fritz Schubert, como o senhor teve essa ideia? É preciso que seja ensinado aos alunos na Alemanha, como sentir-se feliz?

Eu já trabalhava em escola então há 30 anos e para mim estava claro que os alunos não sentiam a escola como um lugar, no qual eles eram felizes. Porém, deveria ser tarefa da escola despertar e preservar a alegria de aprender – não apenas para cumprir os objetivos acadêmicos. Eu tenho a impressão de que a escola nos tira a curiosidade. Ao contrário de todo o conhecimento da Psicologia, muitos pedagogos tratam os seus alunos como “máquinas de aprender”, que reproduzem os conteúdos ensinados. Quando os professores não se compreendem como caçadores de erros, mas sim como caçadores de tesouro, isso tem efeitos positivos para os dois lados.

Eu me interessei sobretudo pelos alunos desfavorecidos, que têm uma impressão tão negativa da escola, que perdem a vontade de aprender. A disciplina escolar Felicidade serve para fortalecer a personalidade. Muitos estudos comprovam que as pessoas que são felizes e contentes, brigam menos, são mais saudáveis, aprendem melhor e são mais criativas.

Ernst Fritz Schubert desenvolveu a disciplina escolar Felicidade.
Ernst Fritz Schubert desenvolveu a disciplina escolar Felicidade. © dpa
Os professores não devem procurar erros, mas sim procurar tesouros.
Dr. Ernst Fritz Schubert, inventor da disciplina escolar Felicidade

Qual é o conteúdo da disciplina escolar Felicidade?

Satisfação e competência para a vida são a meta da disciplina Felicidade. Disso fazem parte encontrar sentido, segurança, relações sociais, além de ação autodeterminada, aceitação própria, domínio do ambiente próprio e desenvolvimento pessoal.

Isso pode ser dividido em quatro questões no aprendizado: Quem sou eu? De que eu preciso? O que eu consigo fazer? O que eu quero? Os alunos aprendem a perceber os seus sonhos e necessidades, formulando metas a partir disso e encontrando caminhos para realizá-las. Mas eles também se ocupam do fracasso. É importante aprender também desde cedo, como encarar corretamente as derrotas, entendendo-as como chance para poder vencer melhor os desafios futuros.

Como se deve imaginar uma aula dessa disciplina?

Foi bem-sucedida a ligação de conhecimentos psicológicos com exercícios práticos, gerando grande bem-estar, a fim de que possam fixar-se no cérebro. Um dos meus alunos descreveu isso da seguinte maneira: “O que é ensinado em Ética, nós exercitamos na disciplina Felicidade”.

Para alunos da escola primária há um belo exercício de estima: uma criança fica sentada e as outras, passando por ela, cochicham-lhe coisas boas ao ouvido. Os alunos constatam que receber cumprimentos e fazer cumprimentos geram bem-estar e que não é bom humilhar os outros. Para o segundo grau, desenvolvi o jogo “Templo das Virtudes”. Ele se baseia na doutrina das virtudes de Aristóteles. Com isso, os alunos elaboram o perfil da sua personalidade e tornam-se conscientes dos pontos forte de seu caráter.

O que a aula de Felicidade muda nos alunos?

Estudos científicos complementares confirmam que eles desenvolvem uma autoestima mais forte. Eles são mais compreensivos, aproximam-se mais abertamente das outras pessoas, confiam mais em si próprios e buscam de forma mais otimista a realização das suas metas.

Quantas escolas já adotaram o conceito até agora?

Cerca de 40 na Alemanha e de 140 na Áustria. Desde 2009, nós já formamos mais de 500 professores da matéria no Instituto Fritz Schubert.

Disciplina escolar Felicidade: Instituto Fritz Schubert

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