“Não temos qualquer convicção fixa”
A diretora artística Shermin Langhoff desenvolve novos cenários em Berlim.
Já em sua estreia na temporada 2013/2014 como diretora artística do Teatro Máximo Gorki, em Berlim, Shermin Langhoff avisou: “Se a arte não servir para mudanças sociais, ela não me interessa”. Ela está mantendo sua palavra e proporcionando um novo palco à diversidade social, com intérpretes e temas interculturais, como pátria e identidade. Muitas vezes em cores e tons brilhantes. Combativa, desajustada, emocionante: ela fez a peça de Tchecov “O Jardim das Cerejeiras“ ser encenada como comédia russo-turco-alemã com golpes em estereótipos culturais. Já o espetáculo “Common Ground” tornou-se palco comum para atores da Sérvia e da Bósnia-Herzegovina, ex-inimigos de guerra.
Langhoff, nascida na cidade de Bursa, é a primeira diretora de origem turca num grande teatro alemão. Ela cunhou a expressão “teatro de pós-migração” e abriu as portas para atores e diretores de famílias de imigrantes. Ela entende este conceito como um convite para discutir a questão do novo “nós” social: “Nós não temos qualquer convicção fixa. O que hoje é correto, amanhã será errado. E nós renegociamos o tempo todo o que e como nós vemos. Nós não queremos ser rotulados ou categorizados”.