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Tendência para a tradução maquinal

Os computadores facilitam a tradução, mas ele (ainda) não sabem fazer tudo. Uma entrevista com Philipp Köhn, o pioneiro da tradução maquinal.

08.10.2014
© Alexander Heimann/Frankfurter Buchmesse

Com a sua pesquisa, Philipp Köhn revolucionou a tradução maquinal. O bávaro de nascimento é professor de Informática na University of Edinburgh, na Escócia, e na Johns Hopkins University em Baltimore, nos EUA. Uma entrevista sobre os progressos e as barreiras da tradução maquinal.

Professor Köhn, quem faz hoje a tradução automática de um texto na internet, utiliza geralmente uma invenção sua. O que está exatamente por trás da sua inovação?

Nós transformamos basicamente o modelo da tradução maquinal. Antes tentava-se ensinar palavras isoladas e regras gramaticais ao computador – isto se revelou como extremamente difícil e não foi realmente bem-sucedido. O nosso método traduz estatisticamente e com base em frases.

Que significa isto?

O computador não traduz palavras isoladas, mas partes inteiras da frase. Para isso, ele recorre a uma enorme quantidade de texto, que já existe em diversas línguas, e calcula  assim as probabilidades de significado das palavras e expressões. Em princípio, desta maneira também ensinamos ao computador a aprender de forma independente. As principais empresas da área de tradução pela internet utilizam o nosso modelo, também o Google Translator. Aliás, um dos autores, com os quais eu descrevi o método detalhadamente em 2003, chefia agora o Machine Translation Group no Google.

A tradução maquinal pode ser utilizada também para textos literários?

Atualmente não. Pois nos textos literários há algo mais, que não ocorre, por exemplo, nos manuais de uso de produtos: a estética linguística e os significados ocultos nas entrelinhas ou as alusões. De maneira geral, não temos a pretensão de substituir os tradutores humanos. Pelo contrário, a nossa intenção é oferecer-lhes uma ferramenta de trabalho. Isso vale não só para este grupo profissional, mas para todas as pessoas que – por razões pessoais ou profissionais – gostariam de entender um texto em seus elementos essenciais. A esta demanda crescente de informação, nós fazemos jus.

A sua língua materna é o alemão. Hoje, o senhor vive na Escócia e nos EUA. Como o senhor avalia a qualidade das traduções maquinais para o alemão?

Infelizmente, o alemão é exatamente uma das poucas línguas que fornecem desafios para a tradução maquinal. Isto está ligado com a complexa estrutura das frases. Ele se diferencia fundamentalmente de línguas como o inglês ou o francês. Mas, naturalmente, queremos nos tornar cada vez melhores – e já estamos trabalhando num novo modelo de tradução.

Feira do Livro de Frankfurt, de 8 até 12 de outubro de 2014, em Frankfurt do Meno

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