De olho na sustentabilidade
“O agricultor do futuro” Sebastian Heilmann sobre os novos caminhos na agricultura e em que consiste para ele uma boa vida rural.
Sebastian Heilmann trabalha na agricultura desde 2011 e está engajado de várias maneiras na área educacional. Para a comunidade de Schloss Tempelhof em Baden-Württemberg, ele administra uma fazenda de pesquisa regenerativa que ele próprio criou.
Sr. Heilmann, o que a vida no campo significa para o senhor?
Em 2014, minha parceira e eu nos juntamos à comunidade de Schloss Tempelhof no norte de Baden-Württemberg. Isto foi muito atraente do ponto de vista agrícola, mas também no que diz respeito à convivência comunitária. Atualmente, com cerca de 100 adultos e 50 crianças de diversos estilos de vida e credos, tentamos o máximo possível tomar decisões na forma de uma democracia de base. No terreno, há uma cantina, uma escola, uma casa de seminários, oficinas, espaço comercial, um salão polivalente, edifícios residenciais e, naturalmente, agricultura.
O que há de especial na agricultura que o senhor pratica?
Na Alemanha, não há mais muitas pequenas fazendas que possibilitem a produção local de alimentos, cuidar da terra, cultivar legumes variados e, ao mesmo tempo, criar animais na fazenda. Entretanto, são precisamente as estruturas agrícolas de pequena escala e a disponibilidade local de alimentos, que constituem as exigências feitas pelo Relatório Agrícola Mundial de 2008 para uma agricultura sustentável. No Schloss Tempelhof ou na iniciativa “Os Agricultores do Futuro”, que fundei, nós nos concentramos na agricultura regenerativa que oferece chances de recuperação à natureza. Por exemplo, com o princípio “Market Garden”, no qual renuncia-se ao maquinário pesado e isso, nas menores áreas possíveis. O que reduz ao mínimo a compactação do solo e, portanto, reduz o risco de erosão. Outro exemplo são os sistemas agroflorestais, nos quais culturas perenes são integradas à agricultura, ao cultivo de hortaliças ou à criação de animais. Isto também protege o solo: as árvores frutíferas, por exemplo, têm suas raízes em depósitos de água e nutrientes completamente diferentes das dos cereais.
Até que ponto suas ideias são eficazes?
Nós nos financiamos autarquicamente como comunidade de Schloss Tempelhof, produzimos cerca da metade dos alimentos para nós mesmos e metade para o comércio – o que demonstra que isso funciona. É claro, é preciso diferenciar: enquanto os “Market Garden” (jardins de mercado) sejam mais interessantes para pequenas áreas, por exemplo para jardineiros urbanos, vemos oportunidades para a agricultura em larga escala também em sistemas agroflorestais. Estamos promovendo conscientemente vários projetos de pesquisa e educação, a fim de divulgar as nossas ideias.
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