Como os “Munich Young Leaders” avaliam a segurança internacional
Jovens especialistas explicam quais são os desafios da política de segurança que eles consideram mais urgentes e quais soluções eles identificam.
Além de políticos de alto nível de todo o mundo, também jovens especialistas em política externa e de segurança participarão da Conferência de Segurança de Munique. Todos os anos, 25 representantes selecionados de instituições governamentais, parlamentos, mídia e empresas participam do programa “Munich Young Leaders”, um projeto conjunto da Conferência de Segurança e da Fundação Körber. Três deles explicam como avaliam a atual situação de segurança.
Netsanet Tekeda Alemu é o coordenador de projetos na Comissão da União Africana.
“A ideia de responsabilidade compartilhada e cooperação entre os países é fundamental para superar os desafios globais. É a base da democracia e dos direitos humanos. Atualmente, vejo a ordem mundial liberal e cooperativa ameaçada. Em minha opinião, esse é o maior desafio enfrentado pela política de segurança internacional. A Alemanha está fortemente engajada na ordem mundial liberal e na cooperação global. Isso faz da Alemanha um agente fundamental para superar os atuais desafios globais.”
Kushaal Raj é o diretor de políticas do Pacífico da Equipe de Conservação Internacional do Pacífico. Anteriormente, ele trabalhou com mudanças climáticas para o governo das Fiji.
“Vejo o enfrentamento da crise climática como o maior desafio do momento. Há uma ligação clara entre as mudanças climáticas e a segurança humana. As tensões geopolíticas globais e os conflitos alimentados pelo acesso a recursos básicos estão colocando à prova a política de segurança internacional. É fundamental que as potências mundiais fortaleçam o multilateralismo e criem abordagens harmonizadas para lidar com as crises globais exacerbadas pelas mudanças climáticas. Os acordos que tratam desses problemas são subfinanciados ou dificultados por agendas políticas. Os líderes políticos devem trabalhar juntos com base na ciência e decidir substituir os combustíveis fósseis por tecnologias alternativas de energia limpa e um modelo de economia circular o mais rápido possível. A Alemanha é um agente comprovado e bem-sucedido nas áreas do clima e meio ambiente.”
A Dra. Hanna Notte é chefe do Programa de Não Proliferação da Eurásia no James Martin Center for Nonproliferation Studies (Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação), em Berlim.
“O cenário de segurança global é caracterizado por alguns desenvolvimentos preocupantes. A Rússia está travando uma guerra de agressão contra a Ucrânia há dois anos. Ao mesmo tempo, as tensões estão aumentando no Oriente Médio e na península coreana. Os Estados Unidos e a Europa, que também enfrentam desafios internos, estão tentando lidar com essas crises crescentes. Ao mesmo tempo, eles estão se concentrando mais fortemente na China emergente. É preciso que ocorra uma mudança cognitiva: Os países ocidentais devem reconhecer que essas crises estão interconectadas.”
Mais informações sobre o programa “Munich Young Leaders” podem ser encontradas aqui.
