Presidente federal com forte apoio
Frank-Walter Steinmeier pretende permanecer outros cinco anos na chefia do Estado alemão. Ele é respeitado além do âmbito dos partidos políticos.
Foi um tanto incomum que o presidente federal alemão Frank-Walter Steinmeier muito cedo, em maio de 2021, já anunciara que pretendia permanecer no posto de chefe de Estado da Alemanha por mais cinco anos. “Desejo me candidatar à eleição da presidência federal por mais um mandato”, anunciou Steinmeier quatro meses antes das eleições parlamentares, em fins de setembro. Naquela época ainda não se sabia ao certo se ele conseguiria o apoio necessário para tanto. Mas em 13 de fevereiro de 2022, semanas antes da eleição oficial à presidência federal, já se sabia com certeza que Steinmeier permaneceria no castelo Schloss Bellevue, a residência oficial do presidente da Alemanha.
O SPD, os Verdes e o FDP, que desde o começo de dezembro constituem o novo governo federal alemão sob a chefia de Olaf Scholz, já haviam prometido a Steinmeier o seu apoio. No começo de janeiro foram as chefias da CDU e da CSU, os partidos da oposição, que também recomendaram uma reeleição do atual presidente alemão. A partir dessa data, Steinmeier já podia estar bem tranquilo quanto a sua eleição pela Assembleia Federal em 13 de fevereiro. Essa assembleia, que se reúne exclusivamente para a eleição do presidente da Alemanha, é constituída pelos deputados do Bundestag (Parlamento Federal Alemão) e pelo mesmo número de representantes dos Estados federais, dependendo, assim, das maiorias do Bundestag e dos parlamentos estaduais.
O primeiro mandato de Steinmeier começou em princípios de 2017
Em 12 de fevereiro de 2017, a Assembleia Federal elegeu Steinmeier a 12º presidente da Alemanha com 75 por cento dos votos. Esse político do SPD fora antes ministro das Relações Externas do então governo federal dos partidos CDU/CSU e SPD, sob a chefia de Angela Merkel. Steinmeier foi o sucessor de Joachim Gauck, que prescindira de uma segunda candidatura. O mandato de Steinmeier no mais alto posto estatal findará o mais tardar em cinco anos, pois, segundo a Lei Fundamental, o presidente alemão pode ser reeleito apenas uma vez.
Steinmeier é casado desde 1995 com Elke Büdenbender. O casal tem uma filha. Büdenbender é juíza. No começo do segundo mandato do seu marido, nos primeiros meses de 2022, ela pretende retornar ao Tribunal Administrativo de Berlim, em tempo parcial de trabalho.
De chefe da chancelaria a ministro das Relações Externas
Nascido em 5 de Janeiro de 1956 in Detmold, Renânia do Norte-Vestfália, Steinmeier estudou Direito na Universität Giessen, doutorando-se em 1991. No mesmo ano, ele começou a trabalhar na Chancelaria do Estado da Baixa Saxônia em Hanôver na função de assessor. No começo da sua carreira política, ele esteve estreitamente ligado ao futuro chanceler federal Gerhard Schröder. A partir de 1993, Steinmeier foi primeiramente diretor do escritório do então governador da Baixa Saxônia. Quando, em 1998, o SPD se tornou a força mais poderosa nas eleições parlamentares e Schröder foi eleito chanceler, Steinmeier mudou-se também para Berlim, sendo primeiramente secretário de Estado na chancelaria federal e, a partir de 1999, poderoso chefe da chancelaria.
Steinmeier também permaneceu no governo, quando, em 2005, Angela Merkel, política da CDU, foi eleita chanceler pela primeira vez, pois assumiu a chefia do Ministério das Relações Externas, tornando-se vice-chanceler. Nas eleições parlamentares de 2009, ele foi candidato do SPD à chancelaria federal, mas sem êxito. Merkel permaneceu chanceler, estando 4 anos na chefia governamental da coalizão de CDU, CSU e FDP. Nessa época, Steinmeier foi presidente do grupo parlamentar do SPD no Bundestag e, assim, adversário de Merkel na oposição. Na nova coalizão governamental de CDU/CSU e SPD, após as eleições parlamentares de 2013, ele se tornou ministro das Relações Externas pela segunda vez, permanecendo nesse cargo até a sua eleição a presidente federal em 2017.
Missão pela democracia e pela coesão social
Após cinco anos no posto de presidente federal, Steinmeier goza de grande respeito além do âmbito dos partidos políticos. Nos últimos anos ele foi reconhecidamente honrado pelo seu empenho em prol da democracia e da coesão social. Frente às dificuldades causadas pela pandemia do coronavírus, ele fez um apelo no seu discurso de Natal à nação, em 2021: “Não precisamos ser uníssonos na democracia, mas, por favor, pensemos: nós somos uma nação! Precisamos olhar uns nos olhos dos outros também depois da pandemia. E queremos conviver uns com os outros depois da pandemia."